Durante todo este mês, a prevenção e o cuidado contra as hepatites virais estão em evidência. O julho amarelo foi estabelecido pelo Ministério da Saúde como forma de alertar toda a população sobre os riscos da doença. A hepatite é uma degeneração do fígado causada principalmente por vírus, consumo abusivo de álcool e de outras substâncias tóxicas.
De acordo com o Ministério da Saúde, mais de 3 milhões de pessoas em todo o país estão contaminadas com a doença. Somente em dez anos, o Brasil registrou mais de 300 mil novos casos de hepatites virais. Neste mesmo período, mais de 37 mil pessoas morreram em decorrência da doença no país. Atualmente a medicina reconhece cinco tipos da doença: as Hepatites A, B, C, D e E. Destas, a hepatite C é a mais perigosa e a que mais mata em todo o país, uma média de 70% das mortes por hepatite.
A doença pode trazer graves consequências. Estima-se que 1 a cada 3 transplantes de fígado realizados no país são em decorrência de complicações da hepatite C. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, em todo o mundo, 80% dos casos de câncer de fígado são causados por hepatites virais. A OMS estima também que esta é a maior epidemia da humanidade e que as hepatites virais são 10 vezes mais infecciosas que o vírus da Aids.
Os principais sintomas da doença são febre, náuseas, vômitos, mal-estar, pele e olhos amarelados, falta de apetite e urina escurecida. Na presença destes sintomas, a pessoa deve procurar uma unidade de saúde para realizar o exame de sangue capaz de detectar a existência do vírus no organismo. A maior forma de contágio da doença é através de contato com seringas ou sangue contaminados.
Para prevenir a doença é importante tomar cuidado com os hábitos de higiene pessoal e sanitária, o uso de equipamentos de proteção individual para os profissionais da saúde, além de evitar o uso compartilhado de alicates, seringas, tesouras, escovas de dente e lâminas de barbear. Também é importante lembrar que o uso de preservativos durante as relações sexuais é imprescindível para se evitar a doença. Para os tipos A e B, o Sistema Único de Saúde disponibiliza vacina como forma de prevenção.
De acordo com o médico hepatologista, que trata e previne as doenças do fígado, Alex Vianey, o cuidado com as hepatites virais deve ser constante. “É importante que todo pessoa, quando fizer os exames de rotina, solicite ao médico a realização de exames de sangue específicos da doença. Isso porque as hepatites são assintomáticas, ou seja, que não apresentam sintomas na maioria dos casos. Se resultado for positivo, o tratamento é gratuito pelo Sistema Único de Saúde com chances de cura na maioria das situações”, disse o médico.
Como forma de evitar o contágio da doença, o Hemocentro de Sergipe prioriza o controle na triagem para garantir que os sangues doados estejam livres do vírus das hepatites. A gerente do Laboratório de Imuno-hematalogia do Hemose, Ana Paula Prata explica que são realizados exames em todas as doações para garantir a qualidade do sangue. “Antes de encaminharmos o sangue para o receptor, temos o cuidado de realizar exames para termos a certeza que o material coletado não está contaminado com nenhuma doença. Isso é preconizado por Lei e seguimos à risca”, explicou Ana Paula Prata.
Um perigo silencioso
O tipo mais grave da doença age silenciosamente no organismo e podem se passar muitos anos sem a presença de qualquer sintoma, o que aumenta o risco de se desenvolver doença hepática como a cirrose. Pacientes com hepatite C têm grandes chances de cura se o tratamento for feito corretamente. Segundo o médico hepatologista Alex Vianey, apesar dos altos índices, a qualidade de vida dos pacientes com hepatite têm aumentado. “Hoje a cura para estas pessoas é de, em média, 98%. O quanto antes a doença for descoberta, melhor será o resultado do tratamento”, explicou Alex Vianey.
Fonte: Ascom SES