O câncer de pâncreas é considerado um dos mais letais devido à sua difícil detecção. Os sintomas demoram a aparecer, o que dificulta o diagnóstico.
Quando aparecem podem ser confundidos com estresse do dia-a-dia como dor nas costas, perda de peso e cansaço. Segundo o Inca (Instituto Nacional do Câncer), os sintomas estão relacionados ao local onde o tumor está no pâncreas. Se está na chamada cabeça do pâncreas, provoca icterícia, doença que deixa pele e olhos amarelados devido à obstrução biliar. Outro sintoma é o aumento do nível de glicose no sangue, causado pela deficiência na produção de insulina, principal função do pâncreas.
Há dois tipos de câncer de pâncreas. Os tumores exócrinos são mais frequentes e agressivos, sendo o mais comum o adenocarcinoma. Correspondem a 90% dos casos. Já os neuroendócrinos, que acometeram Aretha Franklin e Steve Jobs, são mais raros e de progressão mais lenta.
De acordo com a Fundação de Pesquisa de Tumor Neuroendócrino, o período entre o surgimento do tumor e seu diagnóstico vai de cinco a dez anos. A oncologista explica que exames de sangue não apontam para o câncer de pâncreas e que somente exames menos comuns, como tomografia e ressonância magnética, são capazes de relevar a doença.
O risco desse tipo de câncer aumenta com a idade. É mais comum a partir dos 60 anos e mais frequente em homens, segundo o Inca (Instituto Nacional do Câncer). No Brasil, é responsável por cerca de 2% de todos os tipos de câncer e por 4% do total das mortes por câncer.
O tratamento varia de acordo com a possibilidade de retirada cirúrgica do tumor. Caso não seja possível sua remoção, são utilizados medicamento e quimioterapia.
O tabaco é o principal fator de risco para o surgimento desse tipo de câncer, segundo o Inca (Instituto Nacional do Câncer). Quem fuma tem três vezes mais chance de desenvolver a doença. Quanto maior a quantidade e tempo de consumo, maior o risco. A doença está relacionada também ao consumo excessivo de carnes, gordura e bebidas alcoólica e à exposição a compostos químicos, como solventes e petróleo.
Para prevenir a doença, a oncologista orienta que se mantenham hábitos saudáveis como não fumar, evitar bebidas alcoólicas, manter uma dieta rica em frutas, legumes e castanhas e pobre em gorduras animais e comida processada, além de atividade física regular.
Exames genéticos revelam se existe predisposição à doença, no entanto, o oncologista afirma que eles não são indicados como rotina. A mutação genética hereditária mais comumente associada ao câncer de pâncreas é a mutação do BRCA, que pode auxiliar na escolha do tratamento, principalmente em casos de metástase, além de orientar sobre cuidados de prevenção em parentes de primeiro grau do paciente portador da doença e da mutação. Mas a indicação desse exame deve ser individualizada e discutida com o oncologista .
A mutação do BRCA está associada a cânceres de mama, ovário, próstata e pâncreas. Já o câncer de intestino, por exemplo, quando hereditário, está relacionado a outra síndrome genética, segundo a oncologista.
O câncer pode ser hereditário ou esporádico, desenvolvido a partir de hábitos de vida. Ambos apresentam os mesmos genes alterados. No câncer hereditário, a mutação do gene é herdada dos pais e está presente em todas as células do corpo. No esporádico, ela é adquirida ao longo da vida e não passa para aos descendentes.
Fonte: https://noticias.r7.com/saude/fotos/cancer-de-pancreas-e-de-dificil-deteccao-veja-como-se-prevenir-22082018#!/foto/10